PORTFOLIO DE ATIVIDADES DE RICKY SEABRA NO CARIRI COMO COORDENADOR DO
PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DO CRATO, DIRETOR DO MUSEU DO CRATO,
REPRESENTANTE TITULAR DA REGIONAL CARIRI DO SISTEMA ESTADUAL DE MUSEUS
E PESQUISADOR INDEPENDENTE.

 

Me perguntam o que vim fazer aqui no Crato. Vim tentar preservar a linda arquitetura art decó daqui. Mas quando a Secretária de Cultura Dane de Jade me deu a chave do museu para ver como estava em janeiro de 2013, vi um museu em ruínas, necessitando atenção e carinho. Não saí mais.

Tive a boa fortuna de poder ter frequentado regularmente alguns dos maiores museus do mundo. Passei toda a minha infância e primeiro ano da faculdade em Washington DC onde pude frequentar o imponente Smithsonian Institute e seus 17 museus.

Sei o valor que estes museus tem tido em minha formação artística, especialmente no teor de minha imaginação. Reconheço principalmente a importância de meus pais terem me proporcionado estas visitas. Fiquei tão viciado em museu que quando eu fui estudar na Parsons School of Design em Nova Iorque eu frequentava tanto o MOMA que o diretor do museu chegou pra mim e me perguntou em que departamento eu trabalhava.

Mas me perguntam o que vim fazer aqui no Crato. Depois de 12 meses de trabalho duro mas compensador, frustrações com a burocracia, momentos de alegria e solidariedade sem igual que só os cratenses podiam me proporcionar, sinto que reerguer o Museu do Crato está sendo uma maneira de devolver tudo que os museus me deram no passado.

Obrigado Dane pela oportunidade, obrigado equipe pelo esforço e carinho, obrigado Cratim de Açucar por existir. Faremos de tudo para abrir o museu o quanto antes.

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Esclarecimento sobre o Acervo do Museu de Arte Vicente Leite/

Banner de Esclarecimento do Acervo do Museu de Arte Vicente Leite

Este banner (de 2.35m x 1.80m que pode ser visto no Museu do Crato) foi criado para dar um panorama rápido e geral da situação do acervo do Museu de Arte Vicente Leite. Ao lado está uma listagem de todas as obras existentes ou obras que já existiram no acervo do Museu de Arte Vicente Leite. Veja o significado das cores acima:

Em julho de 2013, com a ajuda de dois estágiarios da UFCA, a equipe do museu começou a fazer um levantamento das obras em cima de documentos existentes no museu e um documento deixado pela última gestão chamado "Relatório de Transmissão de Cargo".

Muitos boatos existem sobre o que aconteceu com as obras do museu e sempre foi a nossa preocupação de esclarecer estas dúvidas. A verdade é que as coleções dos dois museus vem se degradando gradualmente desde suas inaugurações. Ao longo de 40 anos algumas obras foram danificadas e até furtadas.

Em 2009/2010 as telas do Museu Vicente Leite foram restauradas e reemolduradas pela artista e restauradora Edilma Rocha. Foram expostas ao público numa exposição chamada "Acervo Restaurado" de 30 de janeiro à 3 de fevereiro de 2011. Em seguida foram guardadas no Centro Administrativo onde estão até hoje. Ao analisar o Relatório de Transmissão de Cargo de 02/01/13 constatamos que:

1. Existem 14 erros e discrepâncias no Relatório de Transmissão de Cargo (na parte que se refere ao Museu Vicente Leite)
2. Existem 84 obras em condições de expor
3. Existem mais 29 obras necessitando restauro
4. Entre 1993 e 2012 duas obras foram destruídas pela ação do tempo e umidade.
5. Treze obras desapareceram entre 1980 e 2012
6. Recuperamos, em 2013, uma obra que estava desaparecida.
7. Duas obras foram repassadas para esta gestão sem moldura.

As informações aqui apresentadas foram obtidas no estudo de caso realizado internamente em cima de documentos, fotos e catálogos no museu e com os funcionários. Não conduzimos uma investigação fora do museu. Isso deixaremos para as autoridades competentes.

Este relatório faz parte de um trabalho maior e mais detalhado de catalogação e digitalização do acervo com imagens em alta resolução.

Este relatório (ver logo abaixo) foi entregue ao Ministério Público no dia 02 de outubro de 2014 junto com boletim de ocorrência reportando 13 obras que desapareceram nas últimas décadas. Foi a primeira vez na história do Museu de Arte Vicente Leite que um B.O. foi feito de obras furtadas.

Continuaremos trabalhando para ter um museu mais seguro que zele de verdade por esse patrimônio tão valioso para a nossa cidade. Colocamo-nos a disposição para esclarecer qualquer dúvida com relação a este documento ou outras questões do museu.

Ricky Seabra
Coordenador do Patrimônio Histórico e Cultural do Crato
e Diretor dos Museus de Arte Vicente Leite e Museu Histórico do Crato

Rosiane Bezerra de Oliveira (Dane de Jade)
Secretária de Cultura do Crato

Crato - 1 de outubro, 2014



 

Relatório de 144 páginas do estado dos acervos do
Museu de Arte Vicente Leite e do Museu Histórico do Crato
feito pelos funcionários no período de 2013/2014.

Capa do Relatório entregue no Ministério Público


Este relatório foi criado em resposta ao pedido do Ministério Público e foi entregue em audiência no dia 2 de outubro de 2014.

 
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Plano Museológico do Museu do Crato 2015-2016

Para que o Museu do Crato seja de fato uma instituição pro-ativa na preservação do patrimônio material e imaterial
e engajada com a comunidade, estabelecemos as seguintes metas para 2015 e 2016 em consonância
com as metas da Secretaria de Cultura do Crato e o Estatuto dos Museus, Lei 11.904 de 14 de janeiro de 2009:

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Plano de Atividades do Museu do Crato e custos para 2015/2016
Relatório de 44 páginas.

Capa do Plano de Atividades do Museu do Crato 2015/2016

Em defesa do financiamento de nosso Plano de Atividades:

A Nossa Grande Necessidade. (Carta do diretor do Museu)

O Museu do Crato ganhou o Edital de Modernização de Museus 2013 do IBRAM. Aguardamos chegar o recurso de 300 mil reias (com 126 mil de contrapartida da Prefeitura) para iniciarmos as obras. Mas de nada adianta inaugurarmos um prédio de Dom Pedro II gloriasamente restaurado com uma qualidade IPHAN se não tivermos verba para ter uma programação artística-cultural DENTRO do prédio.

Manutenção é sempre uma questão complicada no Brasil. As máquinas de governos municipais não conseguem dar conta de manter um museu. A lógica da licitação não condiz com a prática de manter um museu. Temos que achar uma maneira de ter a flexibilidade de, por exemplo, entrar num leilão e arrematar obras de Vicente Leite quando um leilão abrir sem aviso. Isso acontecerá em novembro de 2014. Vinte obras do artista renomado e cratense Vicente Leite (cujo nome é o nome de nosso museu de arte) irão à leilão por conta da falência da Oboé Financeira. Infelizmente, é mais do que provável que não teremos condições de participar deste leilão. Precisamos também criar exposições temporárias que atraem turístas e manter uma relação com os visitantes da cidade com novidades. Preciamos ter condições de montar exposições de forma ágil e pagar cachets aos artistas.

E precisamos implementar o modelo holandês de zelador em nosso museu. Lá o zelador tem uma oficina dentro do prêdio e ele é um “faz-tudo”, altamente capacitado em marcenaria, serralheria, hidráulico etc para manter o nosso prédio. Também trabalha com pedidos, ofícios, memorandos e orçamentos. Tem que ter computador e saber mexer com WORD e EXCEL. A oficina sempre estará equipada com pregos, parafusos, furadeiras, arame, telhas, cimento, gesso, tinta – o básico para podermos realizar montagens de exposições e manter e consertar o prédio. Uma telha quebrada no telhado do museu não pode esperar 3 meses de processo licitatório para ser trocada resultando em um dano de 800 reais no forro de gesso por conta de chuva (como já nos aconteceu).

Está na hora do Crato por em prática o que é ter um museu de verdade. E uma verba de manutenção para programação artística e do prédio em si é essencial e simplesmente a coisa lógica a fazer. Assim poderemos ser de fato uma instituição pro-ativa e engajada com 1. a comunidade artística, 2. com famílias em colaboração com o CRAS incentivando pais a trazerem filhos para o museu, 3. Com o nosso próprio acervo zelando de forma competente pelos objetos, 4. com o patrimônio histórico da cidade especialmente na identificação de tesouros cratenses, e 5. a com a preservação, restauro e reconstrução de fachadas históricas em nosso entorno.

Esperamos que o Museu do Crato possa contar com seu apoio e amizade.

Ricky Seabra

Coordenador do Patrimônio Histórico e Cultural do Crato
Diretor dos Museus de Arte Vicente Leite e o Museu Histórico do Crato

Crato - 4 de outubro, 2014

O Plano de Atividades contém descrições e custos de 28 projetos para dois anos:

• Aquisição de obras do artista Vicente Leite 2015
• Restauro de peças do Museu Histórico 2015
• Comissão de Inventário 2015
• Expografia Museu Histórico 2015
• Expografia Museu de Arte Vicente Leite 2015
• Adaptação do Manual de Pequenos Museus 2015
• Noites Pecha Kucha, série 2015/2016
• Oralidade registro em vídeo 2015/2016
• Apoio à uma exposição por ano do Curso de Design de Produto da UFCA 2015/2016
• Viagem Internacional para conhecer práticas patrimoniais nos EUA 2015
• Viagem Internacional para conhecer práticas patrimoniais na Europa 2016
• Fuá no Museu 2015/2016
• Viagem para Austrália para troca de experiências com a MAVIC 2016
• Restauro e Reconstrução de 10 fachadas do lado da Igreja da Sé 2016
• Video mapping nas paredes externas do museu 2015/2016
• Oficina com zelador "holandês" 2015/2016
• Programa Cordelistas no acervo 2015/2016
• Programa e Cartilha "Famílias no Museu" 2015/2016
• Livro de Tesouros Cratenses 2015/2016
• Souvenirs 2015/2016
• Compra de livros de arte 2015/2016
• Exposições temporárias artísticas 2015/2016
• Apoio à duas exposições por ano do curso de Arquitetura da FJN 2015/2016
• Apoio à duas Exposições por ano de PAIDEIA - Cidade Educadora / da UFCA 2015/2016
• Cursos de capacitação 2015/2016
• Aluguel de almoxarifado (loja do lado do museu) 2015/2016
• Custos de divulgação de nossas ações 2015/2016
• Visita aos Fóruns Nacionais de Museus e o Seminário Serviços de Informação em Museus. 2015/2016




 

Adaptação para português de "O Manual para Catalogação de Pequenos Museus".

O projeto envolve:

1. Adaptar para português e à realidade do Cariri o “Small Musems Cataloguing Manual”, (O Manual para Catalogação de Pequenos Museus) da província australiana de Victória.

2. Trazer dois funcionários da MAVIC (Museums of Victoria) como contrapartida para 1. ajudar na adaptação do texto do Manual de Pequenos Museus para a nossa realidade e  2. mostraríamos a nossa prática de catalogação participativa do Livro de Tesouros do Crato.

3. Contratar um designer e adicionar fotos ao catálogo que reflitam a nossa realidade.

4. Fazer uma oficina de 4 dias na GeoPark para que os diretores e funcionários dos museus do Cariri possam implementar e adaptar as recomendações do Manual de Pequenos Museus.



 

É Possível Reconstruir!
Exposição e Palestra sobre o Programa de Educaçnao Patrimonial
e Soluções de Reconstrução Patrimonial da
Coordenadoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Crato.

 

A Coordenadoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Crato criou uma exposição na primeira sala do Museu do Crato que expõe alguns fundamentos sobre os quais deseja trabalhar. Desejamos trabalhar em cima do conceito de reconstrução, de reavivar nossos estilos arquitetônicos e de inovar em design com platibandas novas. A platibanda é uma característica muito marcante da arquitetura do Cariri mas desde os anos 70 começou-se a destruir as platibandas do Crato com seus ricos detalhes e cobrí-las com cerâmicas e pisos de banheiro e cozinha. Esta exposição que também tem é palestra é um importante componente na educação patrimonial que queremos implementar aqui no Crato.

As fotos retratam diversas soluções de reconstrução com histórias diferentes:

O caso da reconstrução da Igreja Frauenkirche em Dresden na Alemanha que foi bombardeada pelas Forças Aliadas no final da 2a Guerra Mundial.

O caso da cidade de Ieper em Flandres na Bélgica que foi completamente arrasada na 1a Guerra Munidal. Os habitantes voltaram à cidade e a reconstruiram tal qual como era.

O caso de Santa Bárbara da Califórnia que foi destruída devido a um terremoto em 1925. A cidade optou se reconstruir no estilo espanhol colonial.

O caso da Igreja da Matriz de Pirenolópolis que desabou num incêndio e foi apenas parcialmente reconstruida.

O caso de Santa Fé no Novo México que nunca foi destruida porém foi construida baseando se no estilo Adobe dos índios locais.

E tem fotos de um exemplo de uma possível inovação na arte da platibanda utilizando grafitti em 3D de artistas grafiteiros de São Paulo e Austrália.

No Brasil a academia tende a não encourajar a reconstrução de fachadas destruidas por não termos passado por nenhuma guerra. Mas a especulação imobiliária desenfreiada acaba por deixar a mesma magoa na população quando se destrói uma fachada. Portanto queremos criar uma entidade de Patrimônio aqui no Crato que seja pro-ativo na reconstrução de fachadas completamente destruidas desfazendo a ação da especulação imobiliária e de uma geração de arquiteto que perdeu o traço e parou de desenhar. Esta exposição de 121 fotos nos ajudará a explicar a nossa causa.

Alcance do projeto

Além dos visitantes regulares do museu (turistas e romeiros) queremos atingir um público alvo mais específico. Pretendemos convidar todos as pessoas que influenciam e agem diretamente na descaracterização das casas do Crato:  proprietários, arquitetos, pedreiros, cadistas e herdeiros recentes de propriedades.





 

Livro de Tesouros Cratenses


Os Livros são três em um. Os livros são onde se identifica bens tombáveis. São os livros de proteção mesmo, onde se registra a lei de proteção. E ao mesmo tempo são os livros contendo o orçamento individual e total dos bens a serem protegidos. Este orçamento orienta as atividades da Coordenadoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Crato.

Os Livros de Tesouros são:

Livro I:
Fachadas e Intenções de Reconstrução Históricista

Mostrará as 6 categorias de fachadas e pedirá para as pessoas pensarem em fachadas que já foram derrubadas e pensar em pessoas que talvez tenham fotos delas. Também pensariam em fachadas destruídas que gostariam de ver reconstruídas.

Livro II:
Edificações inteiras

Casas, Casarões, Edificações de grande porte.

Livro III:
Gabaritos, Grandes Vistas, Grandes Sítios & Natureza.

Registra e protege grandes vistas que precisam ser preservadas como o matagal ao longo do Rio Batateira ou, por exemplo a vista do Seminário do cruzamento das ruas José de Carvalho e José de Alencar. Também falará de elementos naturais – não só matas inteiras mas árvores de grande porte, por exemplo, ou uma que tenha uma característica muito especial.

Livro IV.
Bens móveis e integrados

Estes bens poderão entrar para o roteiro museologico e turistico da cidade como Museu fora do Museu.

Livro V:
Tesouros Imateriais

Eventos, Celebrações, Gastronomia, Tradição Popular, Renovações etc.

Livro VI:
Livro de Lembranças.

Um livro de registro simbólico. Nada aqui seria "tombado" de fato. A única maneira de proteger estas lembranças é gravando-as, publicando-as e guardando-as em seu museu ou na biblioteca de seu município. O Museu ou qualquer cidadão pode sugerir a gravação de uma história de importância ou que traz lembranças especiais para um grupo significativo.

Critérios para registro em Livro de Tesouros:

A: Importante para o estudo de, e percurso, da História do Crato.
B: Contribui para a ideia de “Cratinho de Açucar” ou "Princesinha do Cariri""
C: Exemplo raro de outrora.
D: Traz lembranças especiais para um grupo significativo.
E: Ao contemplar, causa “espanto e encantamento” no sentido de Oscar Niemeyer quando fala do papel que uma edificação deve ter.
F: Demonstra um alto grau de realização criativa ou técnica de um determinado período.
G: Unicidade mística, religiosa ou da natureza
H: Representa um enraizamento profundo ao Crato
I: Associação especial com a vida ou a obra de uma pessoa, ou grupo de pessoas, de importância na história do Crato*

Critérios para reconstrução:

1. Lacunas em conjuntos de fachadas
2. Deixou saudade ou magoa ao ser destruido
3. Banheirões ou platibandas simplórias
4. Fachadas que tinham azulejo português
5. Fachadas que eram de um alto grau de realização criativa e técnica de artesanato predial de mestres pedreiros



 

Metodologia para identificação de bens


O Museu do Crato implementa um método para colecionar dados sobre tesouros cratenses em seis livros de tombo que são chamados de livros de tesouros. A palavra “tombo” foi aposentado do linguajar patrimonial cratense por lembrar a palavra tombar no sentido de cair, destruir.

Os dados são coletados diretamente da população durante encontros de bate-papo nos bairros e distritos do Crato.Os dados serão inseridos na versão digital ao vivo durante os bate-papos com todos vendo o documento crescer projetado na parede. Fotos e detalhes dos tesouros serão coletados posteriormente.

Todo ano o livro é apresentado para a Câmara de Vereadores para que uma seleção de objetos inseridos sejam protegidos por lei.

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Casa de Pitia, Museu do Cariri-Oeste, Município de Araripe
(consultoria)

Importante não é o visitante se ver no museu.
Importante é o visitante se achar no museu.

Por isso a ideia do Museu do Cariri-Oeste não é uma de se limitar à um conceito ou um assunto,
como um museu histórico, ou um museu de arte.

Vamos criar um museu mais abrangente que abrigue:

  1. A história de Dona Pitia e da Casa.
  2. Exposições temporárias de artistas locais e nacionais.
  3. Uma coleção permanente de obras de arte.
  4. Fotos e elementos da arquitetura caririense.
  5. Um espaço de tecnologias interativas.
  6. E um museu de História Natural contendo curiosidades desde o nosso ecossistema até o sistema solar.

Tendo várias coleções para mostrar, a imaginação do visitante tem mais chances de tender e se inspirar com algo particular … de encontrar uma paixão.

Portanto, a política do museu será uma de pesquisa, prospecção e aquisição continua de objetos.
E esta pesquisa sempre cobrirá não só Araripe como Potengi, Assaré, Antonina do Norte, Campos Sales e Salitre.
Importante é que esses municípios se orgulhem e se achem em nosso museu, que este museu seja deles também.
Assim a coleção vai crescendo.

Claro que focos podem mudar durante a pesquisa dependendo do que vai surgindo.

Mas se uma coleção se manifestar mais forte e começar a não caber mais no museu,
podemos criar um novo museu para aquela coleção no terreno ao lado.

E assim vamos ampliando os Museus do Cariri-Oeste.

- Ricky Seabra, 11 de maio de 2014

 



 

Recuperação da Língua Kariri

Em 2014 eu estava lendo um livro sobre a região do Cariri de J. De Figueiredo Filho e me supreendi quando li que existia uma Gramática da Língua Kariri. Fiz buscas no Google e me deparei com duas gramáticas e dois livros de catecismo escritos por padres jesuitas no século XVII.

Sempre achei trágico que uma cultura pudesse perder a sua língua. Talvez por ser filho de um intérprete e como eu falo 5 línguas eu decidi criar o primeiro dicionário da Língua Kariri. A idéia é, eventualmente, desenvolver um método para ensiná-la. No Crato, a identificação com a região Cariri é grande e a ideia do índio Kariri ainda é um motivo de orgulho tanto que se canta sobre os guerreiros Kariri no hino da cidade.

Do primeiro livro de Gramática escrita pelo jesuita Luiz Vincencio Mamiani eu já extraí 2.595 verbetes Kariri. Estou também redigitalizando os dois catecismos e as duas gramáticas pois eles só existem em forma escaneada. Mas ao convertê-los para texto via programas de OCR (Programa de Reconhecimento Ótico de Carácteres) os livros ficam ilegíveis por conta da tipografia antiga e a letra s longo que parece a letra f. Por exemplo a palavra “mesmo” traduzia como “mcfmo”. Ou seja... estou limpando e digitalizando a data base de Kariri para facilitar a vida de futuros pesquisadores desta língua e para criar um banco de dados para que possamos decodificar os catecismos. Os catecismos são em Kariri e português com frases um do lado do outro... mas nem sempre a gente consegue saber qual palavra em português corresponde à palavra em kariri

Na minha redigitalização dos livros eu estabeleci algumas regras:

• O til, por exemplo, sobre a letra o, em vez de a letra a, foi mantido.
• O uso do “&” (e comercial) em vez de e foi respeitado também.
• Quebras de página também foram respeitados para poder facilitar a comparação do texto original.
• Os tamanhos das letras em proporção à uma página A4 também foram respeitados.
• Recuos de parágrafos foram reproduzidos.
• Os desenhos ou gravuras separando alguns capítulos foram retrabalhados no Illustrator e mantidos em seus lugares no livro.

Porém algumas mudanças foram feitas para facilitar a leitura:
• o “s” longo que lembra um f foi substituido por s normal para facilitar a leitura.
• Tabelas para separar as colunas do kariri e português foram adicionados deixando uma fileira vazia indicando onde havia um espaçamento maior para separar estrofes.
• Os hífens nos finais de linhas foram retirados para que não quebrem palavras na hora de copiar e colar textos.
• No texto original se repetia a última palavra de uma página no início da página seguinte. Isso não foi feito.

Resumindo: como eu disse antes - o objetivo desta transcrição é para disponibilizar o texto de forma copiável on line para que novos pesquisadores não precisem se preocupar com a redigitalização. O motivo maior foi para depois isolarmos cada palavra Kariri em cada livro existente para criarmos o primeiro dicionário da língua Kariri. Mas a idéia é a criação de um "dicionário de arte" chamado "O Incrível Retorno da Língua Kariri" com Luciano Moraes. Um grande livro cheio de imagens com "memes" bonitos e divertidos; imagens de habitantes da região conversando um com o outro com textos que ilustram a beleza da linguagem trazendo-a de volta ao século XXI.

Aqui um exemplo de uma joia da língua Kariri: Uma palavra que eu encontrei "anhi", que significa "alma" é a mesma palavra para "sombra".

Outra palavra curiosa é "use", que significa "ser feliz", mas também significa "saber".

Procuramos uma editora que queira publicar este livro "O Incrível Retorno da Língua Kariri". Quem se dispuser por favor entre em contato: yo@rickyseabra.com



 

Ave Maria de Bach/Gounod cantado por Ricky Seabra na língua Kariri:



 

Página no Facebook: Amo as Fachadas do Cariri


Esta página foi feita para chamar a atenção às fachadas que, cada vez mais, estão sendo destruidas aqui no Cariri. Vamos clamar pela preservação, restauro, reconstrução de fachadas perdidas e ampliar esta nossa estética desde o colonial ao decô-sertanejo.







Reconstrução da Princesinha do Cariri

Acredito que os museu municipais trabalhando em conjunto com as Secretarias de Controle Urbano podem servir de carro chefe para a reconstrução urbana de estéticas perdidas para a especulação imobiliária. Logo abaixo eu mostro um estudo em Photoshop para a reconstução de um trecho de fachadas entre Museu Histórico e Camara dos Vereadores. As renderizações mais abaixo foram feitos pelo designer e voluntário Deisson Xenofonte.



Renderização de Manoel Deisson Xenofonte

1. Antiga delegacia (Atual entrada do Museu Histórico do Crato); receberá platibanda original do começo do século XX.
2. Clínica Paulo Cartaxo (hoje tem apenas uma porta antiga)
3. Inspirado na Casa de Branca Dias (Recife). Platibanda inspirada no antigo Banco Cariri da Praça Siqueira Campos no Crato. Hoje tem uma garagem no local.
4. Versão de dois andares da Dona Altina Siebra da Praça da Sé destruido em 2012 para dar lugar à Clínica dos Olhos.
5. Câmara dos Vereadores do Crato.

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Percursos Urbanos de Fortaleza /

https://www.facebook.com/groups/175779539274074/permalink/277107132474647/

Artesanato Predial em Fortaleza com Ricky Seabra August 16, 2014

Sábado dia 16, 15:00 horas

As fachadas de casas e edifícios mais antigos se caracterizam com um verdadeiro tesouro de feito por mestres pedreiros cujos nomes, infelizmente, caíram no esquecimento. Além de aprender a reconhecer e diferenciar diferentes recursos, nos preocuparemos em observar as dinâmicas de preservação e de destruição, quem participa delas e debater sobre o que as políticas públicas podem fazer neste contexto. Seja motivados pelo cuidado com os bens coletivos ou pelo mero prazer de olhar coisas belas, esse percurso se propõe a nos ensinar uma nova maneira de passear pela cidade.

Mediação: Ricky Seabra é performer, designer e pesquisador formado em Comunicação Visual pela Parsons School of Design e tem mestrado em Pesquisa em Design pela Design Academy Eindhoven na Holanda. É Coordenador do Patrimônio Histórico e Cultural do Crato e Diretor do Museu do Crato.

 

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Colaboração com o Departamento
de Design de Produto da UFCA
(
Projeto de Acessibilidade do Museu do Crato) /

Em junho de 2013 o Diretor do Museu do Crato Ricky Seabra propôs à professora da UFCA Juliana Loss que seus alunos trabalhassem durante um semestre criando soluções de acessibilidade para o Museu. O Museu é uma antiga Camara e Cadeia e apresenta obstáculos e desafios sérios de acessibilidade. O Diretor do Museu viu nos alunos uma oportunidade para criarem soluções inovadoras. Juliana aceitou o desafio e os alunos começaram a trabalhar.

Em dezembro de 2013 os alunos do curso de Design de Produto apresentaram suas soluções ao público no pátio do museu. Alugmas soluções foram tão supreendentes que resolvemos fazer uma exposição dos resultados no museu. A ideia deste projeto seria de custear a construção de protótipos e expô-las no próprio museu.

Esta exposição é uma maneira do museu voltar a se apresentar ao público se preocupando com a qualidade da obra que estar por vir. A exposição também amplia a missão do museu para incluir o campo de design demonstrando que o museu também é territorio para jovens designers proporem projetos e inovarem.

Queremos mostrar também que a mão de obra de design daqui do região é de alta qualidade e que algumas soluções que os alunos apresentaram podem e devem ser incorporadas ao museu.

 


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Um Museu para Brejo Santo /



4 Museus para o Cariri cearense /

Abrindo o diálogo para patrocinadores:

Este documento abre o diálogo com potenciais patrocinadores sobre a possibilidade de estabelecer 4 museus na Região do Cariri. Como Representante Titular da Regional Cariri no Sistema Estadual de Museus do Ceará tenho circulado pela região e eu sei, atualmente, de 4 municípios que estão interessados em criar museus: Lavras da Mangabeira, Brejo Santo, Araripe e Crato.

Além de Juazeiro do Norte, Santana do Cariri e Nova Olinda, o Cariri está com uma carência muito grande de museus e quando os tem a manutenção deles fica comprometida pois as prefeituras não conseguem ajudar por falta de vontade política ou processos burocráticos e licitatórios que emperram o fluxo de dinheiro à estas instituições.

Está na hora de achar uma nova maneira de se estabelecer e, especialmente, MANTER museus nesta região tão carente de acesso à arte e ideias inovadoras. O propósito deste documento é de incentivar empresas que trabalham com responsabilidade social na área cultural a contribuirem para o acesso à museus na região do Cariri.



Programa Famílias no Museu /

Nossa proposta é de atrair famílias para o museu. Aqui no Brasil são as escolas que levam a maioria das crianças aos museus e não os pais. A consequência é que os museus tem um clima de um pátio de colégio em vez de um lugar de contemplação e compartilhamento entre pais e filhos. Pretendemos atrair familias para o museu agindo em duas frentes: As escolas e o CRAS.

Não pediremos, o que é de praxe, que as escolas tragam as crianças. Pediremos que os professores criem um trabalho em que os filhos trariam os pais para a escola. Posteriormente podem escrever ou criar algo sobre esta experiência que pode ser compartilhada com o museu.

A outra frente de ação é fazer o contrário: fazer com que pais tragam os filhos. Entraremos em contato com o CRAS e trabalharemos com organizações/associações que trabalham com adultos encourajando-os a trazerem os filhos para o museu.

Monitoraremos os nossos resultados no livro de assinaturas do museu indicando adultos que trazem crianças. Observação: definimos família como pelo menos um adulto e uma criança com algum grau de parentesco. E famílias que viriam ao museu ganhariam uma um cartaz do museu.

Acredito que o museu deveria ser uma extensão da família e não só da escola. Assim famílias criarão memórias em torno do museu desenvolvendo um laço afetivo/familiar com o museu. Quem sabe isso crie uma geração de pessoas que zelarão com mais fervor pelo museu evitando que ele caia de novo em ruínas como aconteceu no passado.

 



Percursos Urbanos de Maranguape /

Do Street View às ruas de Maranguape

Dia 25, sab., 15h00

As fachadas de casas e edifícios mais antigos se caracterizam com um verdadeiro tesouro de feito por mestres pedreiros cujos nomes, infelizmente, caíram no esquecimento. Como o Street View, aplicação do Google, pode ser instrumento de reconhecimento do patrimônio cultural, ajudando-nos a planejar passeios? O mediador não conhece Maranguape e fará este percurso baseando se nesta ferramenta do Google Maps. Seja motivados pelo cuidado com os bens coletivos ou pelo mero prazer de olhar coisas belas, esse percurso se propõe a nos ensinar uma nova maneira de passear pela cidade.

Mediação: Ricky Seabra é performer, designer e pesquisador formado em Comunicação Visual pela Parsons School of Design e tem mestrado em Pesquisa em Design pela Design Academy Eindhoven na Holanda. É Coordenador do Patrimônio Histórico e Cultural do Crato e Diretor do Museu do Crato.
Participantes: Interessados em geral, mediante inscrição prévia
Ponto de saída: NOVA SEDE do Centro Cultural Banco do Nordeste, Rua Conde D’eu, 560, Centro
Inscrições: A partir de 20 de abril, enviando seu nome sobrenome e data dos percursos por SMS (96289137) ou e-mail percursosurbanos@gmail.com

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Falta fazer upload dos projetos:

Colaboração com o Departamento de Arquitetura da FJN /

Um museu para Lavras da Mangabeira /

Reconstrução Patrimonial no Centro de Nova Olinda /

Reconstrução da Casa de Barbara de Alencar /

O Doce Manifesto; Pela defesa do Cratim de Açucar /

Onze museus para o Bacia Cultural do Araripe (Os museus poderiam servir de âncoras para ampliar este projeto da UFF)

Revisão da Lei de Patrimônio do Crato de 1999 /

Casa do Patrimônio (3 fronts) /

RFFSA Galeria

Inversão do Teatro

Reforma Teatro de Bolso

Planetário do Crato

Centro Cultural Cabaçal /

Rampa da Biblioteca /

Lei de Manutenção /

O ensino da história do Crato no fundamental 2 Lei: xxxx /
basear-se-á nos quatro salas do Museu Histórico do Crato:
Crato Origens / Crato Tradição / Crato Político / Só no Crato

Os gatos do museu (Edital Piaf, Salic Webyslene, e Rouanet) /